PROMISCUIDADE VERGONHOSA
É CONSIDERADA NORMAL
O que faz um cidadão a desdizer tudo o
que disse?
Merece confiabilidade pública um
político que acha natural acusar um
colega de ladrão e depois considerá-lo um bom moço, uma pessoa honesta e ilibada?
Merece respeito alguém que se elege por
um partido, ataca o adversário ferozmente e
depois se junta a ele como se
nada houvesse dito?
Que espécie de promiscuidade sairá dessa
junção, quando na alternativa da
conquista de um cargo maior abraça uma causa que historicamente nunca foi sua?
É claro é o cargo, é a possibilidade de
se ajustar os interesses maiores individuais
contra os interesses menores do coletivo embora esta última dedução ou
proposição será sempre rebatida com os costumeiros ares de indignação.
Contudo, a verdade é uma só. Ela não é multifacetária quando a imagem se
caracteriza publicamente por atos supostamente corretos, mas condensados de oportunismos e por decisões motivadas para atendimento do ego e dos negócios especiais. Como se vê trata-se de uma promiscuidade
vergonhosa vista como normal nesses tempos onde a inversão de valores já não tem a menor importância.
Pelo menos aos políticos de posturas reprováveis.
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