DURVAL
VASEL PREFEITO DE JARAGUÁ DO SUL
Somos
integrantes de um sistema e ele faz esquecer
que há um final na estrada da
existência de TODOS nós.
Assim
se fechou o ciclo da vida para tantos
pessoas, políticos de projeção, homens de
envergadura, chefes de estado, ídolos do cinema, empresários, teólogos, filósofos,
antropólogos, cientistas de todas áreas, arqueólogos de renome mundial. Somos passageiros desta
nave chamada terra que nos traz e nos leva quando menos esperamos.
Mas
não há o que temer, porque antes de termos nascido para este mundo, quem sabe
já estivemos outro lugar ou aqui mesmo. Nesta
viagem empreenderam tantos
conhecidos, parentes, amigos, pessoas de nossas relações Sempre fica um vazio duradouro para alguns, apenas um resquício de saudades para outros.
Aprendi
cedo e na própria carne e no coração a ausência de pessoas queridas levadas para o
outro lado da vida, por isso compreendo o sentimentos das pessoas que ficam
porque nelas residem a imagem insubstituível do viajante eterno. Ele se esvai como
a fumaça no ar, nós ficamos no banco
como substitutos automáticos e irreversíveis de quando a hora chegar. Cada um de nós tem um sonho, que
transcende a morte porque ele está projetando suas imagens em nosso pensamento para se tornar um dia realidade.
O sonho de criança, o sonho do jovem, o sonho
do adulto, o sonho do idoso, porque não. Vivemos uma vida de realidades mas também de sonhos onde se destacam as particularidades dos nossos projetos. Lembro que Durval Vasel
tinha o sonho de todo político, ascender
as estruturas do poder. Quando deu os primeiros passos nela se converteu em
notória liderança. Fez e levou consigo
pessoas que mais tarde se tornaram
companheiros de governo. Era, no entanto, um político formado na crença de que todos eram seus amigos e todos iriam
ouvir suas ponderações e determinações, porque afinal de contas as criaturas
entendia, iriam aceitar a voz e a orientação do criador. Na
política isso é utopia. Com raridade é
possível se manter no topo, porque até mesmo companheiros de partidos estão
próximos demais, quando deveriam se situar nas dimensões do espaço adequado e
conveniente as lideranças de boa fé.
E
isto não foi possível, porque o hábito fez o monge e o monge se perdeu nos
labirintos do mosteiro. Contudo, não criou inimigos de
verdade. Durval não tinha inimigo, tinha adversários. Durval Vasel não sabia
brigar no sentido da violência, mas sim
sabia como poucos se desviar dos
momentos de turbulência.
Conheci
Durval Vasel nos idos de 1987 em Joaçaba,
em um
encontro com o saudoso governador Pedro Ivo Figueiredo de Campos. Por
intermédio de Pedro Ivo firmamos amizade e junto com sua irmã, Marlene criamos a RBN. Era sua característica nos
momentos difíceis dizer que: “ tudo vale a pena quando a alma não é pequena”,
lembrando Fernando Pessoa. E talvez este
lema nos unisse ainda mais. Contudo, mais tarde como sempre acontece à política
nos desuniu e cada um seguiu sua estrada. Ele com o tempo, depois que deixou o poder me confessava
aqui na RBN:
-
É Reali... dos meus amigos só ficou você, todos me abandonaram.
Mesmo com nossos
arranca-rabos ele reconhecia a importância
da fidelidade a companheiros e amigos de todas as horas.
Hoje
presto esta homenagem neste comentário a Durval por sua lealdade, sua fidelidade aos amigos, pelas virtudes que
tinha e
que deixou marcadas em suas obras
como governante e político. Seus defeitos são inerentes a cada um de nós em
maior ou menor grau “e quem não tiver que atire a primeira pedra”. Destituídos de dinheiro, poder e gloria
mundana um dia todos, ricos e pobres
viverão o caos da morte, o que ela produz, o que ela deixa, o que ela
ensina como último mestre a nos dar a última lição nos bancos escolares de
nossa existência.
Descanse
em paz, Durval Vasel, Prefeito de Jaraguá do Sul. Com esta identificação ele
sempre gostava de ser reconhecido.