sexta-feira, 19 de outubro de 2012



DURVAL VASEL PREFEITO DE JARAGUÁ DO SUL

Somos integrantes de um sistema  e ele  faz esquecer  que há  um final na estrada da existência de TODOS  nós.
Assim se fechou o ciclo da vida  para tantos pessoas, políticos de projeção, homens de  envergadura, chefes de estado, ídolos do cinema,  empresários, teólogos, filósofos, antropólogos, cientistas de todas áreas, arqueólogos  de renome mundial. Somos passageiros desta nave chamada terra que nos traz e nos leva quando menos esperamos.
Mas não há o que temer, porque antes de termos nascido para este mundo, quem sabe já estivemos outro lugar ou aqui mesmo. Nesta  viagem  empreenderam tantos conhecidos, parentes, amigos, pessoas de nossas relações  Sempre fica um vazio duradouro para alguns,  apenas um resquício de saudades para outros. 
Aprendi cedo  e na própria carne e no coração a ausência de pessoas queridas levadas para o outro lado da vida, por isso compreendo o sentimentos das pessoas que ficam porque nelas residem a imagem insubstituível do viajante eterno. Ele se esvai como a fumaça no ar, nós ficamos no banco  como substitutos automáticos e irreversíveis de quando a hora chegar.  Cada um de nós tem um sonho, que transcende  a morte porque ele está projetando suas imagens em nosso pensamento para se tornar um dia realidade.
 O sonho de criança, o sonho do jovem, o sonho do adulto, o sonho do idoso, porque não. Vivemos uma vida de realidades  mas também de sonhos onde se destacam  as particularidades dos  nossos projetos. Lembro que Durval Vasel tinha o  sonho de todo político, ascender as estruturas do poder. Quando deu os primeiros passos nela se converteu em notória liderança. Fez  e levou consigo pessoas que mais tarde se tornaram  companheiros de governo. Era, no entanto, um político formado na crença  de que todos eram seus amigos e todos iriam ouvir suas ponderações e determinações, porque afinal de contas as criaturas entendia,  iriam  aceitar a voz e a orientação do criador. Na política isso é utopia.  Com raridade é possível se manter no topo, porque até mesmo companheiros de partidos estão próximos demais, quando deveriam se situar nas dimensões do espaço adequado e conveniente as lideranças de boa fé.
E isto não foi possível, porque o hábito fez o monge e o monge se perdeu nos labirintos  do  mosteiro. Contudo, não criou inimigos de verdade. Durval não tinha inimigo, tinha adversários. Durval Vasel não sabia brigar  no sentido da violência, mas sim sabia como poucos se desviar  dos momentos de turbulência.
Conheci Durval Vasel nos idos de 1987  em Joaçaba,  em um  encontro com o saudoso governador Pedro Ivo Figueiredo de Campos. Por intermédio de Pedro Ivo firmamos amizade e junto com sua irmã, Marlene  criamos a RBN. Era sua característica nos momentos difíceis dizer que: “ tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, lembrando Fernando Pessoa.  E talvez este lema nos unisse ainda mais. Contudo, mais tarde como sempre acontece à política nos desuniu e cada um seguiu sua estrada. Ele com o  tempo, depois que deixou o poder me confessava aqui na RBN:
- É Reali... dos meus amigos só ficou você, todos me abandonaram. 
Mesmo com nossos arranca-rabos ele reconhecia  a importância da fidelidade a companheiros e amigos de todas as horas.
Hoje presto esta homenagem neste comentário a Durval por sua lealdade,  sua fidelidade aos amigos, pelas virtudes que tinha  e  que  deixou marcadas em suas obras como governante e político. Seus defeitos são inerentes a cada um de nós em maior ou menor grau “e quem não tiver que atire a primeira pedra”.  Destituídos de dinheiro, poder e gloria mundana um dia todos, ricos e pobres  viverão o caos da morte, o que ela produz, o que ela deixa, o que ela ensina como último mestre a nos dar a última lição nos bancos escolares de nossa existência.
Descanse em paz, Durval Vasel, Prefeito de Jaraguá do Sul. Com esta identificação ele sempre   gostava de ser reconhecido.

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