quinta-feira, 19 de abril de 2012

Aprendizes


A política e  tenho feito aqui  sucessivas colocações, com análises e observações pertinentes  fica quase sempre  como ponto de referencia de reações  diversas, desde as mais inteligentes e ponderadas até mesmo as mais violentas e irracionais. Isto porque a política praticada aqui, como diria o repórter policial,  tem requintes de perversidade.
Trata-se de uma grande panela de pressão criada a partir dos defeitos da classe política que se alimenta de fofocas, intrigas, malquerenças e oportunismo. Quem não está acostumado,  estranha.
Os espertos, os que devem muito na contabilidade dos negócios especiais procuram quase sempre viver longe dessa turbulência, porque, mesmo vencendo um pleito eleitoral, de acordo com as circunstâncias,  acabam tendo muito mais a perder do que ganhar. Assim encontram o caminho da solidão como forma de evitar a confusão pública. E ela vem, quando não há  a prudência necessária, de mansinho, como quem não quer nada e  provoca  estragos inesperados dentro de uma administração, isto porque a   vitória não se mede por um momento, mas ao longo de um mandato. É durante esse período aparentemente curto de quatro anos que se vem a tona  os motivos  determinantes da grande desordem que o governante  irá ou que terá de conviver.
A política é como uma jóia  e cabe  a um comandante tratá-la como um ourives o faria em relação  a um diamante bruto.  E esta é uma qualidade que não cabe ao tosco, ao pastoso ao candidato grosseiro. Desse relacionamento inapto surgem as distensões  e os atropelos onde aflora divergências capaz de contaminar o grupo e por conseqüência toda uma máquina administrativa, sem contar com as inevitáveis desavenças com diferentes segmentos da sociedade. 
Por isso, muitos que se auto-proclamam salvadores da pátria, não passam de aprendizes   em política e se julgam como solução  pra tudo, só não conseguem enxergar a própria fragilidade conceitual.
A fragilidade conceitual  está ligada ao comportamento que  cada um deve ter nas relações políticas e sobretudo humanas, cuja particularidade muitos mostram flagrante despreparo. . Quando  ela se manifesta pela insegurança, transmite também  a  doença psicológica que afetará seus pares. Sem convicção e  firmeza  o comando  de um governo tende a se arrastar  para  os invernos da dúvida onde nem mesmo  os agasalhos fabricados para o frio siberiano será suficiente  na função de produzir o calor da tranqüilidade. É dessa forma que se estabelece o princípio do desgoverno, a marca da contradição e a reação psicológica negativa na sociedade.
A função de governar não se restringe a  construção de  obras, mas sobretudo de respeito a  ética, ao bom senso e mais do que isso ao equilibro que deve conduzir o governante na hora nevrálgica da decisão.

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